TRABALHO REMOTO vs PRESENCIAL: Uma reflexão com base nas necessidades pessoais e corporativas


O artigo "The working-from-home illusion fades” (A ilusão do trabalho remoto desvanece), recém publicado na revista The Economist,  aborda a questão do trabalho remoto e suas implicações na produtividade e eficiência e no bem-estar das pessoas. As pesquisas mencionadas no artigo revelam que o ambiente de trabalho físico ainda é considerado fundamental, pois, apesar das percepções iniciais favoráveis ao trabalho remoto, estudos recentes indicam uma queda na produtividade e qualidade das interações dos profissionais que trabalham de casa. Nesse contexto, podemos relacionar os fatores "Contatos" e "Sensibilidade" do Teste HumanGuide com os desafios encontrados no trabalho remoto, sob uma perspectiva psicológica. 


A dimensão "Contatos" avalia a habilidade de um indivíduo em estabelecer conexões significativas e autênticas com outras pessoas, fundamentais para a construção de uma rede de apoio e relacionamento. No ambiente presencial, o contato pessoal  facilita a comunicação interpessoal, o trabalho em equipe e o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis. Os estudos mencionados no artigo indicam que, no trabalho remoto, as pessoas podem enfrentar dificuldades em colaborar efetivamente, o que pode resultar em uma diminuição da eficiência e qualidade das interações, como o atendimento de clientes e a resolução de problemas.


Além disso, a dimensão "Sensibilidade" do Teste HumanGuide, que  aborda a capacidade de perceber e interpretar adequadamente as emoções e estados emocionais dos outros, aponta para a dificuldade de  compreender das necessidades emocionais dos colegas de trabalho, clientes e gestores, no trabalho remoto. A falta de contato visual, que permite o acesso à  linguagem corporal do interlocutor, reduz a troca de feedback construtivo, e representa um obstáculo ao desenvolvimento de habilidades interpessoais. Os estudos citados no artigo documentaram queda no aprendizado e desenvolvimento dos profissionais em trabalho remoto.


Torna-se  evidente que o trabalho remoto pode levar a um aumento nos custos de coordenação, uma vez que a ausência de contato pessoal pode tornar a colaboração mais desafiadora e afetar negativamente a eficiência. Além disso, a falta de sensibilidade emocional pode levar a problemas na comunicação e interação com colegas e clientes, impactando negativamente o bem-estar psicológico e o desempenho individual e organizacional.


A dimensão "Estrutura" do HumanGuide, que abrange a capacidade de um indivíduo em organizar seu trabalho, estabelecer prioridades e gerenciar o tempo de forma eficaz, também se faz notar. No contexto do trabalho remoto, a falta de uma estrutura organizacional sólida, à qual o funcionário possa recorrer, pode contribuir para a diminuição da sua produtividade. Sem a presença física no ambiente de escritório e rotinas diárias bem definidas, os profissionais podem enfrentar dificuldades em manter a disciplina e a concentração, prejudicando assim a eficiência no desempenho de suas tarefas. Essa situação se mostra ainda mais acentuada nas pessoas que apresentam expressão atípica desse fator. Estudos demonstraram que o trabalho remoto está associado com a perda de produtividade, e não o contrário, como se supunha.


Embora o trabalho remoto tenha seus benefícios, como a flexibilidade e a satisfação pessoal dos profissionais, é importante reconhecer que a presença física no escritório ainda é essencial para promover a colaboração eficaz, a troca de ideias e o desenvolvimento do capital humano, sem deixar de lado a produtividade. 


Na perspectiva do indivíduo, o trabalho remoto pode oferecer vantagens como maior flexibilidade e acomodação de tarefas pessoais, como a conciliação com a vida familiar e a redução do tempo de deslocamento. Além disso, alguns profissionais podem se sentir mais confortáveis trabalhando em um ambiente familiar, com menos distrações. No entanto, é importante reconhecer que o trabalho remoto também pode trazer desafios significativos para o indivíduo. A falta de interações sociais face a face pode levar à solidão e ao isolamento e falta de visibilidade na empresa, afetando  o bem-estar emocional e a saúde mental. Além disso, a diminuição da produtividade e a dificuldade em gerenciar o tempo podem gerar estresse e ansiedade para alguns profissionais.


Na perspectiva da empresa, o trabalho remoto pode resultar em economia de custos com espaço físico e infraestrutura de escritório. Além disso, funcionários mais satisfeitos com a opção de trabalho remoto podem estar mais engajados e leais à empresa. Contudo, a empresa também enfrenta desafios ao adotar o trabalho remoto em larga escala. A perda de produtividade, como mencionada nas pesquisas citadas no artigo, pode ter impactos negativos na eficiência operacional e nos resultados financeiros. Além disso, a falta de contato físico entre os funcionários pode dificultar a formação de uma cultura organizacional forte e prejudicar a colaboração e a inovação.


Dessa forma, é essencial que tanto o indivíduo quanto a empresa avaliem cuidadosamente os prós e contras do trabalho remoto. Um equilíbrio entre o trabalho presencial e remoto, quando viável, pode ser a melhor abordagem para promover o bem-estar emocional e a produtividade individual, enquanto a empresa busca maximizar a eficiência e a satisfação geral. 


Nesse contexto, o Teste HumanGuide assume um papel fundamental, tornando-se uma ferramenta valiosa para as empresas avaliarem o possível impacto que as modalidades de trabalho, remoto e presencial, podem ter sobre seus colaboradores, levando em consideração suas características de personalidade e habilidades interpessoais. Além disso, o teste pode oferecer insights importantes, identificando áreas de melhoria e estimulando o desenvolvimento de competências sociais essenciais tanto no ambiente presencial quanto no trabalho remoto. Ao compreender como as particularidades de cada colaborador se alinham com as diferentes modalidades de trabalho, as empresas podem tomar decisões com maior segurança, garantindo uma maior adaptação ao contexto laboral.


Dessa forma, o uso do Teste HumanGuide transcende a simples avaliação e torna-se uma ferramenta estratégica, capacitando as organizações a otimizar suas operações, melhorar a satisfação e a motivação dos funcionários e, em última análise, alcançar maior sucesso em um cenário de trabalho em constante evolução. Ao considerar a perspectiva do colaborar no processo de tomada de decisão, as empresas podem garantir que a gestão do trabalho remoto e presencial seja verdadeiramente inclusiva, respeitando as individualidades dos colaboradores e proporcionando um ambiente mais saudável e produtivo para todos.



*The Economist. (28/06/2023). The working-from-home illusion fades. The Economist. Recuperado de https://www.economist.com/finance-and-economics/2023/06/28/the-working-from-home-delusion-fades





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