Por que um grupo se percebe de maneira diferente do que realmente é?

 




Por que um grupo cujas principais características são organização, competitividade e criatividade pode se perceber como engajado, sociável e político, mesmo quando essa percepção não reflete necessariamente as personalidades individuais de seus membros? Essa discrepância pode ocorrer porque a dinâmica do grupo, influenciada por interações e objetivos coletivos, pode criar uma imagem que difere das características internas de cada integrante.

Por que isso acontece? Como interpretar isso com os conceitos do HumanGuide? 

Vamos analisar cada aspecto:

Engajamento: Os fatores estrutura e força (organização e competitividade) contribuem para que os membros dessa equipe se dediquem intensamente à consecução dos objetivos comuns. Esse comportamento pode ser percebido como engajamento.

Sociabilidade: O fator imaginação (criatividade) estimula a expressão e a troca de ideias. Essas interações constantes podem fortalecer os laços sociais, fazendo com que o grupo se perceba como sociável.

Traquejo político: Em uma equipe competitiva e organizada, onde os fatores força e estrutura são predominantes, a tomada de decisões e as estratégias adotadas frequentemente envolvem negociações e discussões. Esse processo decisório é muitas vezes percebido como tendo uma natureza política, devido ao traquejo necessário para navegar por essas interações complexas.

Um exemplo mais comum: Quando um grupo apresenta acentuação do fator estrutura, pode acontecer de se descrever como um grupo atencioso (sensibilidade), quando na realidade está prestando atenção a detalhes, levando-os em consideração no seu processo decisório. Entretanto, atenção a detalhes e atenção às necessidades do outro não são a mesma coisa. Ser atencioso pode ter sentidos diferentes.

A percepção que os membros de um determinado grupo têm sobre as características que nele predominam pode ser crucial, pois determina a maneira como as pessoas se colocam e se comportam neste grupo. Entretanto, esse aspecto é frequentemente subestimado.

No rX, o recurso Percepção do Ambiente Corporativo (P.A.C.) permite apreender a percepção que os membros de um grupo têm dele, por meio de um questionário gratuito e nativo, semelhante ao questionário Perfil Pessoal. Entender como cada colaborador enxerga o grupo e qual o seu papel dentro dele pode revelar discrepâncias entre a realidade percebida e a realidade objetiva. A análise das discrepâncias permite identificar expectativas não expressas e interpretações equivocadas, que podem gerar ruído nas relações interpessoais e enviesar a maneira como as pessoas se colocam e se comportam. Esse conhecimento contribui para uma compreensão mais profunda e sofisticada do grupo, aprendendo nuances que não são imediatamente visíveis.

Por experiência, a média da percepção dos membros de um grupo corresponde à média das características de personalidade das pessoas que o compõem. No entanto, ao focar no indivíduo, independentemente da posição hierárquica, ele pode ter uma percepção muito diferente da média, com um alto grau de distorção, o que pode levar a interpretações questionáveis e resultar em atitudes e expectativas dissonantes.

Comparar a síntese dos perfis individuais com a percepção grupal e desta com a percepção que cada um tem do grupo é fundamental por várias razões. A principal é a possibilidade de identificar e antecipar possíveis conflitos entre as pessoas. Discrepâncias na percepção apontam para ruídos no julgamento que precisam ser abordados e esclarecidos.

Não se trata apenas de promover um ambiente de trabalho harmonioso, mas de entender o que leva uma pessoa, ou até mesmo um grupo, a interpretar uma situação de determinada maneira. Essa informação não deveria ser desprezada pelos gestores de pessoas e profissionais comprometidos com o desenvolvimento humano e organizacional, pois ela pode fundamentar a estratégia de comunicação da empresa e a maneira como irá promover a cultura organizacional.

Como citado anteriormente, o P.A.C. é nativo no rX e gratuito, porém ainda pouco utilizado, apesar da sofisticação e do seu elevado poder de análise.

O recurso Percepção do Ambiente Corporativo (P.A.C.) é uma ferramenta valiosa para compreender as nuances da autopercepção de um grupo em relação às suas características predominantes. Ao permitir que cada membro expresse sua visão sobre o grupo, o P.A.C. revela discrepâncias entre a percepção individual e a realidade objetiva. Essa análise é crucial para identificar expectativas não expressas e interpretações equivocadas que podem causar ruídos nas relações interpessoais. Ao comparar a percepção individual com a grupal, é possível antecipar e mitigar potenciais conflitos, promovendo um ambiente de trabalho mais harmonioso e alinhado. Apesar de sua sofisticação e poder de análise, o P.A.C. ainda é subutilizado, mas oferece insights essenciais para gestores e profissionais comprometidos com o desenvolvimento humano e organizacional, ajudando a fundamentar estratégias de comunicação e fortalecer a cultura organizacional.

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