OPINIÃO - O DHO ( Desenvolvimento Humano e Organizacional ) deve ser cada vez mais estratégico.

 


 


Qual é, afinal, o valor gerado pelos gestores de pessoas? Como medir isso?
Como superar conceitos qualitativos, subjetivos e muitas vezes equivocados, e adotar medidas quantitativas?

Desconhecer, negar ou ignorar esses dados por si só gera perdas, que, por sua vez, também não são mensuradas. Entretanto, é importante ir além da medida, da simples coleta de dados, analisando e interpretando-os a fim de compreender sua contribuição e relevância para o negócio.

A adoção de análises estatísticas, livres de viés e com valor preditivo, permite que o profissional do DHO ( DESENVOLVIMENTO HUMANO E ORGANIZACIONAL) atue numa perspectiva estratégica e seja capaz de avaliar o retorno do investimento na sua área. A gestão preditiva tem a ver com gestão dos riscos associados ao principal fator da empresa: as pessoas. Ela deve estar apoiada em um sistema integrado de medidas e considerar informações financeiras, sobre o mercado, sobre as pessoas e, principalmente, os objetivos do negócio, que dependem das pessoas para serem alcançados. 



Como o capital humano está intimamente ligado à produtividade e sustentabilidade do negócio, é necessário estabelecer métricas ao nível tático para mensurar as melhorias das ações em DHO e monitorar seus efeitos. O entendimento de que as pessoas geram lucro justifica o controle do custo do investimento realizado no desenvolvimento de habilidades e competências, o que pressupõe a realização de um diagnóstico da situação, como ponto de partida. Só é possível selecionar e desenvolver o que pode ser entendido e valorizado!



Para que se tenha uma noção válida do valor do esforço humano (desempenho), deve-se traduzir essa questão em termos de aumento, ou diminuição, do custo e perguntar qual é a participação do componente humano nele. Sabemos que o custo associado ao turnover precisa ser entendido mais amplamente, pois ele inclui custos com demissão, com a substituição e a vacância, além da curva de produtividade durante o processo de aprendizagem, que dura seis meses ou mais. Mas quais são os motivos desse turnover?  O trabalho, ou o ambiente de trabalho, não correspondeu às expectativas do profissional? Houve um mismatch entre o trabalho e o profissional contratado? Ou o mismatch ocorreu entre o profissional e a equipe, ou seu chefe? Ou seria entre os sócios? Ou, ainda, entre o franqueador e seus franqueados? Tudo isso vai além da mera satisfação pessoal.



Bem sabemos que uma equipe motivada e engajada melhora a performance em todos os aspectos, reduzindo a rotatividade, aumentando a proatividade, melhorando o atendimento, e, consequentemente, a imagem da empresa. Vamos analisar o exemplo na área de franquias onde as  parcerias são estratégicas e a identificação do perfil ideal do franqueado ultrapassa os limites da própria empresa, pois está voltado para o crescimento do próprio negócio. 


Embora a avaliação de futuros parceiros seja importantíssima, poucos sabem como fazer e utilizar as ferramentas apropriadas para a  leitura da personalidade deles, para conhecer suas reais motivações e avaliar o impacto que ela terá na equipe, ou sociedade.



A introdução de medidas objetivas nos processos de DHO, integrando informações obtidas por meio de análises estatísticas, contribui para 


-maior clareza na comunicação de expectativas de desempenho; 


-o entendimento da situação e do que acontece na empresa; 


-a identificação de gaps de performance em relação à expectativa do mercado; 


-a valorização e reconhecimento do desempenho almejado; 


-decisões mais acertadas sobre alocação de recursos, com base em projeções e prazos. 


Concluindo, o profissional que atua no DHO deve considerar algumas questões, tidas equivocadamente como alheias à sua área, para que possa atuar estrategicamente. Está em curso, portanto, uma mudança de paradigma no modelo de atuação do profissional que atua nessa área, que não lida mais com ‘recursos’ humanos, mas com pessoas. Somente assim será possível avaliar o retorno dos investimentos voltados para o desenvolvimento humano e organizacional.







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